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Identificadas três novas espécies de primatas pré-históricos

Tradução: Pedro Surreaux*

Fonte: www.sciencedaily.com/releases/2018/08/180828143423.htm


Bioantropólogos da Universidade do Texas descreveram três espécies de primatas fósseis até então desconhecidas pela ciência. Os três primatas teriam vivido em San Diego em uma época em que o estado da Califórnia era coberto por exuberantes florestas tropicais.


Desde os anos 30, numerosos fósseis de primatas têm sido encontrados nos sedimentos de arenito e rochas clásticas que compõem a Formação dos Frades, formação geológica no condado de San Diego, sul da Califórnia. Após uma série de trabalhos de campo em conjunto com outros pesquisadores do Museu de História Natural de San Diego, o paleontólogo Stephen Walsh reuniu uma extensa coleção de fósseis dos primatas que viveram na área. Infelizmente, Walsh não foi capaz de descrever as espécies antes de sua morte, em 2007.


Uma década mais tarde, a estudante de pós-graduação da Universidade do Texas, Amy Atwater, e o professor de antropologia Chris Kirk iniciaram a jornada rumo à descrição e nomeação dos três omimioides, até então desconhecidos, que viveram há cerca de 42 a 46 milhões de anos. As espécies receberam os nomes de Ekwiiyemakius walshi, Gunnelltarsius randalli e Brontomomys cerutti.


Os achados dobraram o número de gêneros de primatas da Formação dos Frades e elevaram de 15 para 18 o número total de membros da subfamília Omomynae no período.


As descrições inéditas de Amy e Chris Kirk foram publicadas no Journal of Human Evolution.


“A inclusão destas espécies possibilita um melhor entendimento sobre a abundância de primatas no Eoceno médio”, diz Atwater, que é hoje gerente da coleção de paleontologia do Museu das Montanhas Rochosas, em Bozeman, Montana.


“As pesquisas anteriores realizadas nas bacias sedimentares das Montanhas Rochosas sugeriam ter havido um declínio no número de primatas durante esse período. Nós defendemos que o número de primatas, em contrapartida, aumentou em outras localidades”.


Pela análise dos dentes encontrados, os pesquisadores chegaram a três novos gêneros, que representam a amostra de omomioides até então não descritos do Museu de História Natural de San Diego. Essas espécies estão provavelmente relacionadas ao conjunto de espécies extintas que compõem a subfamília Omomynae, sendo que seus pesos teriam variado entre 113 e 796 gramas.


“Os dentes podem nos dizer muito sobre a história evolutiva e nos dar pistas valiosas sobre o porte e a dieta de um primata extinto”, comenta Kirk. “O esmalte dentário é o tecido mais resistente do corpo, o que faz dos dentes o registro fóssil com maior potencial de preservação.”


Estima-se que o Ekwiiyemakius walshi, a menor das três espécies, tenha pesado entre

113 e 125 gramas, comparável ao tamanho de alguns gálagos modernos. A espécie foi

batizada em homenagem ao professor Walsh, morto em 2007, que coletou e preparou

grande parte dos fósseis, e também em referência à palavra ekwiiyemak – que significa

“por trás das nuvens” na língua kumeyaay, falada pelos nativos da região – devido à

localização das nascentes dos rios San Diego e Sweetwater.


O Gunneltarsius randalli foi nomeado segundo Gregg Gunnel, colega de Walsh e

especialista em mamíferos do Eoceno, e Kesler Randall, antigo gerente da coleção de

fósseis do Museu de História Natural de San Diego. Estima-se que tenha pesado entre

275 e 303 gramas, mais ou menos o tamanho do Cheirogaleus medius, pequeno lêmure

de Madagascar.


O Brontomomys cerutti é grande em comparação à maioria dos outros omomioides.

Estima-se que tenha pesado entre 719 e 796 gramas, o tamanho de um Lepilemur

moderno. Graças a seu tamanho, o nome dado à espécie deriva do grego bronte,

“trovão”, além de ser uma homenagem a Richard Cerutti, paleontologista aposentado

do Museu de História Natural de San Diego e responsável pela coleta da maior parte dos

espécimes de Brontomomys.


* Desde muito cedo fui bastante interessado pela natureza e por seu funcionamento, pelos seres vivos e pelo comportamento humano. Graduando em Bacharelado em Letras - Tradutor Português e Inglês pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e bolsista de Iniciação Científica CNPq-UFRGS desde 2015.

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